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CANGAÇO, O BANDITISMO SOCIAL

 

"Banditismo por pura maldade
Banditismo por necessidade
Banditismo por uma questão de classe"

Chico Science e Nação Zumbi
(Banditismo Por Uma Questão de Classe)

ENTENDA O CONTEXTO

Era lá nos confins do Brasil que se decidiam as eleições durante a República Oligárquica. No final do século XIX, mais de 60% da população vivia no mundo rural. Clientes de coronéis, acusados por violências e desmandos por poderosos e, na maioria, desprovidos de terras para o próprio sustento, os habitantes do sertão brasileiro expressaram suas tristezas, esperanças e descontentamento por meio de diversas manifestações sociais. 

No nordeste a situação era mais precária. Com o deslocamento do eixo da economia agroexportadora para o Sudeste e com o declínio acentuado da atividade açucareira, provocado, entre outros fatores, pela concorrência cubana, a miséria passou a compor o cenário da região. Anos de seca provocaram êxodo de milhares de nordestinos para a região Amazônica , onde, ao final do século XIX, a extração de borracha prosperava. Em 1890, o produto era responsável por cerca de 12% das exportações brasileiras. Nas duas décadas seguintes chegaria a 20%.

Nesse Contexto, formaram-se grupos armados que assaltavam fazendas, viajantes, vilas, e cidades, denominados CANGACEIROS. Alguns saqueavam armazens e deistribuiam os alimentos para a população mais pobre. Outros realizavam "serviços" para coronéis nordestinos: eram contratados para eliminar adversários políticos ou com milícias contra famílias rivais.

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Lampião

A figura mais destacada do cangaço, foi Virgulino Ferreira da Silva, chamado de Lampião pelo efeito que as rajadas de seus tiros  provocavam durante a noite. Nascido em Pernambuco em 1897, Lampião foi empregado do importante coronel Delmiro Gouveia. Tornou-se cangaceiro por volta de 1916 e, em 1921, já formara o próprio bando, que chegou ter cerca de 300 membros. Conseguiu comprar fazendas e montar um verdadeiro quartel-general em Angico, Sergipe, onde se tornou traficante de armas. Foi morto em 1938, com outros cangaceiros e sua famosa companheira, Maria Bonita, numa emboscada armada pela polícia. As cabeças dos membros do bando foram cortadas e exibidas pelo Nordeste por ordem das autoridades.

Pesquisas recentes apontam que Lampião não teria sido apenas um rude cangaceiro. Apreciador de música e poesia, tão característico, teria sido inspirado por Napoleão Bonaparte, célebre general e imperador francês.

Fotografia icônica mostra as cabeças de Lampião (última de baixo), Maria Bonita (logo acima de Lampião) e outros cangaceiros do bando.
No canto esquerdo superior, uma lista, os nomes e a data em que eles foram mortos, 28 de julho de 1938. Foi o fim do cangaço.

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DICA DO PROFESSOR ANIBAL MONTEIRO( @PROFANIBAL)

INDICAÇÃO DE FILME:

Assista ao filme Baile Perfumado para contextualizar seus estudos. Observe as referências e situe elas com a época de louvor do cangaço.

DICAS DE MÚSICAS PARA CONTEXTUALIZAR SEUS ESTUDOS SOBRE O CANGAÇO

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